Enquanto você reclama da vida, o artista plástico Mello Menezes, de 84 anos, autor de capas de discos icônicas, está cheio de projetos até o fim do ano. Um deles, ainda sem data, é a entrega de um busto em homenagem ao compositor Aldir Blanc (1946-2020), na Travessa Aldir Blanc, na Muda, bairro espremido entre a Tijuca e a Usina, onde o compositor morava e não saía nunca do seu apartamento. Os dois foram amigos por 58 anos e o convite para fazer o monumento foi da família de Aldir. “Em 75 dias criei o conjunto escultórico em concreto, tanto o suporte do meio busto do poeta e outro onde vai o texto poesia do escritor convidado, Luiz Pimentel, que trabalhou com Aldir no extinto jornal ‘O Pasquim’, para que as futuras gerações saibam quem foi o carismático Aldir Blanc”, diz Mello, que transportou para a base de concreto a ilustração do amigo criada em 2004, o molde para fazê-la em bronze.
Neste domingo (18/09), Mello inaugura o painel “O amor, a perda e a dor”, em Santa Teresa, bairro onde mora. O mural, de 5 x 20 metros, está sendo produzido com Cynthia Aith, professora e grafiteira, e Clara Menezes, filha do artista, que herdou o dom do design.
No dia 24 de setembro, abre a exposição “Impressões de Santa Teresa”, no Parque das Ruínas, com 13 quadros contando a história do bairro, seis delas em que o artista transforma em arte a troca dos trilhos do bondinho.
Ele, Cynthia e Clara também vão promover, de 30 de setembro a 14 de outubro, oficina com as crianças da Escola Casarão dos Prazeres, no Morro dos Prazeres, no mesmo bairro, propondo temas para as crianças desenharem e, no final, vão fazer um painel deles na escola.