Em sua 25ª edição, o projeto “Respiração”, da Casa Museu Eva Klabin, na Lagoa, inaugurou “Devir Indígena”, dos premiados Denilson Baniwa e Gustavo Caboco, com curadoria de Marcio Doctors e Paula Alzugaray. A intenção é mostrar a linguagem e criação dos indígenas no ano dos 200 anos de Independência do Brasil e os 100 anos da Semana de Arte Moderna de 1922. “Se, na invenção da arte moderna, a arte ocidental tomou emprestada a forma das matrizes dos povos originários indígenas e africanos para se reinventar formalmente e se expressar, sem lhes dar a devida voz, hoje, são esses povos que tomam emprestado a forma da arte contemporânea para se expressar”, diz Doctors.
O “Respiração” começou em 2004 com a ideia de criar intervenções de arte contemporânea no ambiente de arte clássica do museu, justamente contrastando o passado e o atual. Israel Klabin, de 95 anos, presidente do museu, recebia os convidados, que ficaram loucos com o que viram — Denilson levou a mata para dentro do museu através de uma projeção em tempo real, que gera uma lagarta que atravessa diferentes ambientes da casa. “A relação emocional com o espaço foi muito inspiradora. Pretendo refletir esta relação, a casa que já foi uma residência e hoje é outra coisa, a transformação da paisagem, da cidade e como nós nos relacionamos com estas transformações”, diz Baniwa.