Eu sempre falo que, se você sente culpa, é porque está carregando, na sua mochila, pedras que não são suas, ou seja, uma parte de responsabilidade que não é sua.
Essa analogia me ajudou muito a entender que não adianta culpar ninguém nem me sentir culpada e ficar sofrendo por isso.
Posso sentir remorso, arrependimento e reconhecer meus erros e minha parte de responsabilidade em determinadas situações, mas, hoje em dia, eu não fico mais alimentando o sentimento de culpa – nem em mim, nem nos outros.
Muitas pessoas carregam o peso da culpa por anos, e essa culpa que fica se arrastando acaba não levando a lugar nenhum. Acaba não sendo construtiva.
Com a consciência que os conceitos da Comunicação Não Violenta (CNV) do psicólogo americano Marshall Rosenberg nos traz, podemos transformar o sentimento de culpa em algo mais construtivo, que pode nos impulsionar em direção a uma solução em vez de ficar se lamentando ou de agredir o outro.
Praticar a autocompaixão e a compaixão pode ser extremamente útil. Por exemplo, se você errou quando quis educar seu filho, de que vai adiantar se sentir culpada para o resto da vida? Não seria mais saudável compreender que você provavelmente fez o seu melhor, com os recursos internos e externos que tinha àquela época? E que, além disso, mesmo se você educasse dois filhos gêmeos da mesma forma, cada um desenvolveria a própria personalidade.
Através do reconhecimento da parte de responsabilidade de cada pessoa em uma situação específica, sem julgar, é possível aprender com os erros para não repeti-los. E tudo fica mais justo, porque nada mais injusto do que alguém sendo responsabilizado por algo que não fez.
Então, será que é justo você ficar se culpando, durante séculos, em relação a uma determinada situação?