A estátua de São Pedro do Mar foi salva pelos Bombeiros do 1º Grupamento Marítimo (GMAR), de Botafogo, nesta sexta (12/08), depois de derrubada pelos fortes ventos e enormes ondas. “Achei estranho ser a ressaca, a não ser que estivesse já desgastada e me pegou de surpresa essa notícia. São Pedro decidiu dar uma voltinha no mar, afinal de contas, ele é pescador”, disse Edgar Duvivier, músico e escultor, com inúmeros trabalhos no Rio, mas essa foi assinada pelo pai, o também escultor Edgar Duvivier (1916-2001). “Tem um monte de gente me mandando mensagem falando: ‘Edgar, caiu a sua estátua’… Mas ela foi feita em 1959 e eu sou de 1955… As pessoas acham que eu já nasci fazendo escultura”, brinca ele.
A escultura em bronze ficava sobre uma pedra na Baía de Guanabara, em frente à Igreja Nossa Senhora do Brasil, na Urca. Tem 2,3 metros de altura e mais ou menos 100 quilos; foi retirada do fundo e levada de bote até o Iate Clube do Rio. “Eu tinha 4 anos quando ele instalou essa estátua. Primeiramente, ela foi concebida para ficar debaixo d’água, para ser vista por mergulhadores, mas, a pedido dos pescadores e da Paróquia da Urca, foi colocada na superfície, em frente à igrejinha onde meu pai também tem uns painéis pintados”, diz Edgar.
E não foi a primeira vez que São Pedro sofreu um “atentado”. Desta vez, a culpa foi da natureza. Segundo Edgar, já tentaram roubá-la; os ladrões chegaram a serrar a estátua. “Meu pai ainda estava vivo e eu lembro que fui com ele exatamente nesse mesmo grupamento dos Bombeiros, que tinham levado São Pedro em duas partes para o Iate Clube. Meu pai soldou e colocamos no lugar”, conta.
A arquiteta Vera Dias, da Prefeitura, já entrou em contato com Duvivier, pedindo ajuda na restauração. “Faz parte dos monumentos da cidade, e vou fazer tudo para ela voltar o mais rápido possível para o seu lugar”, finaliza Edgar.