O biólogo Mario Moscatellil chama atenção para uma prática comum, no entanto, ilegal. Nessa quarta (06/07), ele constatou que alguma obra está usando o sistema de águas pluviais para transportar sedimentos (resto de cimento, terra, areia etc) para as águas da Lagoa Rodrigo de Freitas. “Parece ser culturalmente comum o protocolo de jogar tudo na Lagoa. As galerias foram feitas exclusivamente para receber águas de chuva”, diz ele.
Depois de décadas de descaso, a Lagoa tem votado à vida gradativamente, desde um projeto de revitalização da Prefeitura, do Instituto de Pós-Graduação e Pesquisa de Engenharia da UFRJ e das constantes denúncias e fiscalizações de Mario que, sozinho, em 32 anos, plantou mais de 4.500 mudas de vegetação nativa. “Há necessidade da intensificação de fiscalização e punição. Essas empresas precisam ser punidas e não apenas notificadas e, se reincidentes, como sempre acontece, precisam ser processadas. Infelizmente, na medida em que os órgãos responsáveis apenas notificam, continua valendo a pena degradar”, explica Mario, que assim que viu o despejo, avisou ao Instituto Estadual do Meio Ambiente (INEA) e à patrulha ambiental.
E completa: “As empresas gastam muito dinheiro em marketing dizendo serem sustentáveis e pouca atuação. Se elas não entenderem por bem, tem que entender por mal. Não há mais tempo pra conversa porque já ultrapassamos todos os limites da responsabilidade em termos globais e locais”.
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