Seja um chefe que lhe cobre de elogios para poder exigir que você trabalhe sem contar, dia, noite, fim de semana; um amigo dizer que você é a única pessoa com quem pode contar e sempre lhe pede dinheiro emprestado sem nunca reembolsá-lo (a); um (a) parceiro (a) que emite críticas desagradáveis sob o pretexto de que quer seu bem; ou ainda um homem que faz um assédio bem discreto, porém muito constrangedor…
De modo geral, esse tipo de abuso sutil dificulta reações de defesa, pois não há agressividade aparente. Então, o que fazer?
Acredito que precisamos desenvolver, cada vez mais, consciência em relação a esses comportamentos sutis e não os tolerar. Isso necessita também de uma capacidade de autoconexão e auto-observação para percebermos nosso sentimento de constrangimento nesse tipo de situações.
A partir da percepção desse sentimento, devemos aprender a expressar nosso desconforto e pôr um limite na pessoa. Porém, o medo de ser injusto e de julgar de forma errada, muitas vezes, gera uma sensação de paralisia que impede uma reação.
Para sair desse medo de ser injusto e da reação do outro que poderia invalidar a nossa percepção, sugiro que sempre comece com uma pergunta.
Por exemplo, no lugar de dizer que não está gostando de tal ou tal comportamento, pergunte, de maneira educada e respeitosa, à pessoa se ela percebe como está agindo e como acha que você está se sentindo. Assim, você vai perceber se ela têm capacidade de empatia, sem agredi-la nem julgá-la.
Se a pessoa sempre reagir mal, negando o que está fazendo, projetando sempre a culpa em você e invalidando seu sentimento, cuidado! Isso pode ser um sinal de estar lidando com uma pessoa que tem comportamentos abusivos e pouca ou nenhuma capacidade de empatia.
Nesse caso, recomendo manter uma boa distância, senão física, pelo menos emocional e, se for possível, afastar-se definitivamente da pessoa.
No caso de um familiar próximo (um filho, um pai, uma mãe…), cortar o vínculo pode ser mais difícil. Mas certos casos necessitam de um “contato zero”, a fim de manter a sanidade mental.
Cuide-se, ame-se, respeite-se!