O biólogo Mario Moscatelli não ficou surpreso com o resultado das análises do Instituto Estadual do Ambiente (Inea), com 21 pontos de monitoramento de qualidade das águas da Baía de Guanabara “ruins” (oito) ou “péssimos” (13), em pior índice desde 2014, quando as pesquisas começaram. Isso quer dizer que todos pioraram com o tempo, mesmo depois de investimentos milionários de saneamento, já que tivemos uma Olimpíada no meio desse caminho e grandes promessas. “O quadro é reversível, e continuarei fazendo de tudo para que isso aconteça”, diz Mario.
E prossegue: “O resultado não me trouxe a menor surpresa visto que, há 25 anos, sobrevoo a Região Metropolitana e vejo, todos os anos, mesmo com milhares de dólares gastos em projetos de recuperação ambiental na baía, resultados pífios, equipamentos e estações de tratamento de esgoto que nunca funcionaram ou estão sempre muito abaixo da sua capacidade, e outras, sucateadas”.
Na última semana, em sobrevoo pelo projeto “Olho Verde”, o biólogo fotografou muito lixo na água, próximo ao Aeroporto Santos Dumont, no Museu do Amanhã, na Urca, Flamengo, Botafogo e outras regiões. “A grande expectativa é que as novas concessionárias assumam os serviços de saneamento na Região Metropolitana do Rio. Se prestar um bom serviço, podemos ver alguma mudança em cinco anos; antes disso, só com mágica. Temos décadas de descaso e impunidade, e quem pagou por isso foi o meio ambiente”, finaliza Mario.