Na esquina da Avenida Borges de Medeiros com a General San Martin, a poucos metros da praia do Leblon, foi inaugurado o Edifício João Ceppas, em 1942, um dos raros exemplares do estilo “art déco” do bairro.
Foi batizado com o sobrenome de seu idealizador, o português João Ceppas, que chegou ao Brasil com sua família, para trabalhar no ramo de tecidos, mais especificamente na Casa José Silva, que chegou a ter sete lojas no Rio, uma delas na vizinha Ipanema.
João Ceppas adquiriu um terreno vazio em frente ao Jardim de Alah e pagou pela construção do prédio com varandas. Inicialmente, ele era dono de 100% dos 15 apartamentos, distribuídos pelos quatro andares. Cada unidade tem três quartos, dependências e cerca de 160 m2. O proprietário João Ceppas, que morava no apartamento 402, aposentou-se para pescar no Pantanal. Ele faleceu pouco depois com 50 anos. Como não se casara nem tinha filhos, os irmãos, portugueses, acabaram dividindo os apartamentos.
O prédio foi erguido com material europeu (mármores italianos e vidros franceses, por exemplo) da melhor qualidade. A construção está cercada parcialmente por um lindo jardim, possui garagem, elevador amplo e uma escadaria central revestida de mármore. O piso original dos andares é de pastilhas brancas e azuis.
O terraço aberto, com mais de 600 m2, é de uso comum; antigamente era o local onde as roupas dos moradores secavam. De diferente, há também um porão usado como depósito; parte dele foi transformado em vagas para carros já que, no passado, só os apartamentos de frente tinham direito a garagem.
Pelo seu valor arquitetônico, o João Ceppas faz parte da Área de Proteção do Ambiente Cultural do Leblon, ou seja, sua fachada e áreas comuns são preservadas pela Prefeitura do Rio. O ator Rodolfo Bottino (1959-2011) e o jornalista/escritor Edney Silvestre foram moradores do João Ceppas.