O Instituto Moreira Salles, na Gávea, vai reformar sua sede, a partir de abril de 2023. Ficará fechado durante quatro anos, o que deixa muita gente praticamente de luto. Depois de 20 anos aberto ao público, a casa vai ser reformada e os acervos, ampliados, além da adequação tecnológica e de acessibilidade. Novas salas de exposição e um auditório para sessões de cinema e eventos também fazem parte do novo projeto, do escritório Bernardes Arquitetura, bancado pelo próprio IMS.
Projetada pelo arquiteto Olavo Redig de Campos, em 1948, foi inaugurada, em 1951, como casa da família Moreira Salles, instalada num terreno de mais ou menos 10.000 metros quadrados. Em 1999, passou por adaptações para se transformar em centro cultural, ideia do próprio banqueiro Walther Moreira Salles (1912-2001), quando a família foi embora, e a casa, tombada pelo Patrimônio Histórico Municipal, permaneceu fechada por alguns anos. Para muitos cariocas, aquele endereço é uma referência também afetiva, principalmente os que conviveram com a família — como os amigos do documentarista João Moreira Salles, por exemplo, botafoguense inflamado, que jogavam bola todas as segundas-feiras, num campo onde hoje é o estacionamento, mesmo depois de ter virado o instituto.
Enquanto as obras acontecerem, os acervos e a administração do IMS ficarão na Glória, a partir do início de 2023. Ali, as equipes que cuidam dos acervos continuarão trabalhando e atendendo pesquisadores que desejem consultar documentos e imagens. O IMS também pretende continuar sua programação cultural, fazendo parceria com outros centros culturais para exposições e eventos.
Até o fim de março do ano que vem, o IMS vai funcionar normalmente e, dia 21 de maio, inaugura a exposição “Constelação Clarice”, sobre a escritora Clarice Lispector, em cartaz até 9 de outubro; em seguida, abertura de uma mostra do fotógrafo Miguel Rio Branco.