Nossa homenagem ao Breno Silveira em imagens da coluna entre 2010 e 2020. Breno morreu neste sábado (14/05), aos 58 anos, de infarto fulminante, enquanto rodava as primeiras cenas de “Dona Vitória”, filme com Fernanda Montenegro, na cidade de Limoeiro, Pernambuco. Breno dirigiu sucessos como “Dois filhos de Francisco” (2005), “Gonzaga: de pai pra filho” (2012), sobre a trajetória do Rei do Baião, e “Entre irmãs” (2017).
Segundo informações confirmadas pela Conspiração Filmes, produtora da qual Breno era sócio, ele começou a passar mal no set, com taquicardia. Os atores ficaram em choque. O diretor pegou covid no início de maio e as gravações tiveram que ser interrompidas. “Dona Vitória”, a primeira parceria com sua mulher, a roteirista Paula Fiuza, é baseado na história de uma mulher que desmontou uma quadrilha carioca de traficantes e policiais a partir de filmagens feitas da janela do seu prédio, em Copacabana. “Dos maiores frios na barriga de todos os tempos! Meu primeiro roteiro de ficção e primeira parceria com o Breno saindo do papel, e o privilégio de ter Fernanda Montenegro como protagonista. É muito amor, admiração e ansiedade num projeto só”, disse Fiuza quando o filme começou a ser ensaiado, há duas semanas.
Breno se formou pela École Louis Lumière, de Paris, e teve sua primeira experiência como diretor de fotografia no longa “Carlota Joaquina: Princesa do Brasil”, em 1995. A estreia como diretor foi em “Dois Filhos de Francisco”, em 2005, o filme mais visto daquele ano, com mais de 5 milhões de espectadores.
Amigos, parentes, colegas de trabalho e o audiovisual estão em choque — ele sempre foi citado em conversas como um cara bacana, atento e afetuoso.
O Grupo Estação publicou nas redes: “O Grupo faz parte da mesma geração de Breno e da Conspiração. Aqui exibimos todos os trabalhos dele, desde que começou fazendo só fotografia. Torcemos juntos do lado de fora pelos aplausos da plateia. Nos encontramos nos festivais, nas cabines, nas festas e em alguns momentos mais difíceis. Éramos todos companheiros através do mesmo ofício, da mesma paixão. Breno é um grande talento que se vai. Precocemente, abruptamente — uma dessas coisas da vida que a gente não consegue entender! Alguns de seus filmes já são clássicos. Todos — no cinema, na TV, no streaming — são importantes pro audiovisual brasileiro. Os trabalhos que ele ainda faria e nunca vamos conhecer…. Ah! Que dó pensar nisso. Hoje é um dia muito triste. Naquilo que é luz, movimento e som — câmera e ação — fez-se a escuridão, o silêncio e o espanto. A tristeza aguda vai passar, o cinema brasileiro, graças a pessoas como ele, vai continuar. Mas Breno sempre fará falta”.