O biólogo Mario Moscatelli está preocupado com a fauna que vive nas proximidades da Cidade do Rock, no Parque Olímpico, cercado pelas lagoas de Jacarepaguá e Barra, com o Rock in Rio, que começa no dia 2 de setembro.
Todos os anos, uma das atrações do evento são os shows de fogos de artifício para abrir o Palco Mundo, que, este ano, será o maior da história do evento, com 104 metros de frente e 30 de altura (equivalente a um prédio de 10 andares), construído com 200 toneladas de aço reciclado.
Segundo Mario, que apoia o evento, já que movimenta a economia, o festival usa o slogan “Por um mundo melhor”, tendo a sustentabilidade como um de seus pilares. Pensando nisso, ele criou: “Por uma lagoa melhor”.
“Não tenho simpatia por fogos de artifício, mas gosto não se discute. O ruído afeta pessoas mais velhas, crianças, autistas e, principalmente, os animais, que pensam que o mundo está acabando. Então faço esse pedido aos organizadores do Rock in Rio, para se adequarem às condições ambientais da lagoa de Jacarepaguá. Muitas vezes, os barulhos levam ao estresse, seguido de morte de espécies nativas, como capivaras, lontras, gambas, jacarés, aves e etc”, diz Mario.
E continua: “Sei que temas como a Amazônia são extremamente importantes, mais glamourosos, mas as lagoas são importantes e merecem ter um cuidado especial de um evento que, desde 1980, é realizado às margens do sistema lagunar, que infelizmente vem sofrendo com crescimento urbano desordenado. Sugiro o uso de fogos que produzem menos barulho ou até um show de drones, que podem fazer esses shows visuais tão ou mais bonitos que os fogos. Fazemos um trabalho às margens da lagoa há 25 anos e não queremos comprometer nosso trabalho.”
A coluna entrou em contato com o festival e espera uma resposta.