Depois do alerta da Marinha do Brasil sobre a ressaca da madrugada desta sexta (20/05), o que realmente aconteceu em várias partes da orla — como as ondas gigantes que chegaram até o mirante do Leblon —, as consequências do espetáculo visual têm prós e contras. Nas lagoas da Tijuca e Jacarepaguá, por exemplo, começou a mortandade de peixes. “Em consequência da ressaca, tivemos uma entrada de volume excepcional de água salgada no sistema lagunar da Baixada de Jacarepaguá, o que é bom por um lado, porque renova a água, mas, por outro, remexe o fundo, eliminando gás sulfídrico e metano, mortal para a fauna das lagoas”, diz o biólogo Mario Moscatelli.
Ele afirma ainda que a liberação de gases nas lagoas, nos próximos dias, vai causar um “assassinato” de peixes ainda maior. “É praticamente certo: tem ressaca, logo em seguida, vem o cheiro de ovo podre, causado pela eliminação dos gases, e então, um dia depois, os peixes mortos. Precisamos de uma atuação rápida dos órgãos envolvidos na recuperação do sistema lagunar.”