Recentemente, foi anunciada a reabertura do Edifício Serrador, um dos prédios do estilo “art déco” mais emblemáticos do Centro do Rio.
Para entender melhor a história do Edifício Serrador, na Rua Álvaro Alvim, n° 21, vou voltar no tempo, para a década de 1930, e contar sobre a vida curta de uma das construções que mais flertaram com o estilo Bauhaus em nossa cidade e que ocupou, antes, o mesmo terreno onde hoje está o Serrador.
O prédio de quatro andares da foto a seguir foi construído em 1930, no terreno que pertencia à Igreja Católica, onde até o começo do século passado funcionava o Convento da Ajuda.
Francisco Serrador ergueu, em 1930, o complexo Alhambra, projetado por Arnaldo Gladosh, que tinha um cinema com 1.448 lugares com o mesmo nome, restaurante, bodega, osteria, casa de chá, choperia, american bar, crèmerie, salão de bailes, um terraço com fontes luminosas e pérgulas e, por fim, um pavilhão circular, construído sobre a rotunda da sala de projeções.
Ligando esses pavimentos, o primeiro conjunto de escadas rolantes da cidade. Além das escadas, havia um superelevador para 24 passageiros, praticamente um ponto turístico da época.
O conjunto de diversões, quase que único no Brasil naquele tempo, funcionou por menos de dez anos anos e, já fechado, aguardando sua demolição, no dia 11 de março de 1940, uma explosão no cofre que guardava as películas cinematográficas da época iniciou um incêndio que destruiu a sala de projeção e os pisos superiores do prédio.
Depois do incêndio, o prédio foi demolido, dando lugar ao famoso Edifício Serrador e seus 23 andares. Mas isso é o assunto de uma próxima matéria…