Todo mundo se monta com prazer para fazer tudo que não pôde por dois anos, na pandemia. O “Baile da Vogue”, o nosso correspondente do “Met Gala”, digamos assim, no Copacabana Palace, nessa sexta (29/04), foi a prova disso. A máxima foi “ver e ser visto” ao extremo depois de dois anos sem a festa: artistas já conhecidos, como Ivete Sangalo e Preta Gil e muitos ex-BBBs, que viraram estrelados. Olha as redes sociais: quem não quer ser, ainda que um pouco, autocentrado?
De cara, os internautas estranharam alguns figurinos, sem atenção ao tema “Brasilidade Fantástica”. Em alguns casos, não alcançado a olhos nus, mas por trás de um modelo preto — como de Lina Pereira, a Linn da Quebrada, com a bunda de fora (pode!), representava, por exemplo, o luto pelo Brasil. Ou a roupa escolhida pelo estilista Walério Araújo, em referência ao seu estado natal, Pernambuco (mais brasilidade, impossível), assim como uma lista de produtores de moda, maquiadores, estilistas e grifes. Ali, permitia-se criatividade ilimitada, porém a Vogue pedia atenção para ninguém cometer o pecado da “apropriação cultural” — por exemplo, símbolos de resistência e luta de um povo, como turbante e cocar, pinturas na pele que remetem ao “blackface” e trajes religiosos sagrados.
O “Baile da Vogue” que acontece há 17 anos, este ano, coincidiu com a final do BBB 22, e ali estavam quase todos os ex-participantes, com destaque para a vencedora do ano passado, Juliette Freire, vestida de cacto, e o surfista Pedro Scooby, que usou sua brasilidade ao pé da letra, usando uma havaiana para o figurino Balmain. Outra muito comentada foi Deborah Secco, num look da grife baiana Meninos Rei. Taís Araujo, capa da revista de abril, com o marido, Lázaro Ramos, ambos de Gucci, fez um aquecimento animado na Suíte Vogue, antes de descer para a pista.
Sabrina Sato, como sabemos, é sempre um caso à parte. Como a mais esperada da noite, não decepcionou: usou um look do estilista Kevin Germanier, feito completamente com contas de plástico recicladas de Hong Kong e que levou 4 meses para ficar pronto. Que tal? “Alta costura feita do que seria lixo, mas virou luxo. Tempos atrás, isso seria inimaginável. Viva a criatividade!”, disse ela. E ainda trocou de roupa quando voltou para sambar com os ritmistas no palco, em tons vermelhos, referência ao gin Beefeater, que patrocinava a festa. Em nenhum momento, veio à cabeça de ninguém o travesseiro, muito pelo contrário. A noite vai ficar na lembrança, como primeira “montação” pós-covid – isso, para quem não foi ao meu, ao seu, ao nosso Baile da Arara.
O casal Taís Araújo, a capa da revista de abril, com o marido, Lázaro Ramos, em aquecimento na Suíte Vogue antes de descer para a pista:
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Linn da Quebrada, também na suíte, mostrando toda sua transparência, antes da festa:
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