Nesse fim de semana, pela primeira vez desde o início da pandemia, o Teatro Rival Refit recebeu convidados para comemorar seus 88 anos, com feijoada de Tia Surica e transmissão pelo YouTube. “Foi uma felicidade imensa ver minha filha (Júlia) correr pelo teatro, enquanto minha mãe (Ângela) comandava a festa, rever tantos amigos e celebrar a resistência de um espaço cultural, o teatro mais antigo da iniciativa privada do Brasil. Viva a cultura!”, disse Leandra Leal, administradora do espaço, fundado por seu avô, Américo Leal, em 1934, e na década de 90, dirigido por sua mãe, Ângela Leal.
Os artistas convidados eram Tia Surica, Teresa Cristina, Mauro Diniz e Didu Nogueira, o mestre de cerimônias, mas os sambistas na plateia fizeram rodízio no palco, com canjas de Moacyr Luz, Nilze Carvalho, Marquinhos de Oswaldo Cruz, Dorina, Marcelinho Moreira, Jorge Sima, Wanderley Monteiro, Chico Alves e as Matriarcas do Samba – Nilcemar Nogueira, Geisa Ketti, Selma Candeia e Vera de Jesus (neta de Cartola, filha de Zé Ketti, filha de Candeia e neta de Clementina, respectivamente) —, que farão um show em ritmo de carnaval na quinta (31/03); e homenagens a Monarco, Nelson Sargento e Ary Fontoura, que esteve por lá. “Foi lindo! O teatro é lindo, e as Leal resistem bravamente, com a dificuldade de tantos outros espaços do nosso Brasil”, disse Fontoura.
“Nosso comprometimento é com a cultura, que dita o que nós comemos, o que nós vestimos, o que nos forma como cidadãos. Cidadania é cultura. Um povo sem sua cultura é um povo sem nada, sem ritmo, sem força e sem vontade. A cultura está aqui, está nestas paredes”, disse Ângela.
“A história de um teatro é uma costura de diversas memórias. Ele não pertence a ninguém e pertence a todas as pessoas que vivem e criam memórias nesse espaço: equipe, público e artistas. O Rival pertence a nossa cultura e, por enquanto, nossa família tem a missão de cuidar desse espaço. Mas isso só é possível graças a todas as pessoas que passaram e ainda vão passar por aqui”, finalizou Leandra.