O Governador Cláudio Castro comemora aniversário com uma certeza que todo mundo quer ter: é um homem muito querido. Ao ponto de tantos artistas destacados como Alcione, Mumuzinho e Belo se apresentarem na sua festa de aniversário na base do afeto, sem cachê! Ahã! Ou por uma vaquinha dos amigos secretários. Ambas as possibilidades foram citadas na matéria de Gabriel Sabóia (O Globo), nesta quarta (30/03). Seja como for, o que todo mundo quer na vida, amar e ser amado, pode ser a frase do epitáfio do governador. Ninguém aqui está falando em cachê embutido a ser pago mais à frente, de jeito nenhum.
No entanto, os fluminenses ficaram um bastante insatisfeitos — assim como no aniversário passado, quando reuniu convidados em pleno decreto de isolamento social, em Itaipava — e estão chamando o evento de “a sambada na cara do povo”, tanto pelas atrações no palco, como pela proximidade do carnaval e também das eleições.
A coluna perguntou ao cerimonialista Ricardo Stambowsky sobre um valor aproximado de uma festa parecida com a de Castro e, segundo ele, à frente de eventos grandiosos, depende de muitas variáveis, mas sem os cachês das apresentações “afetivas”, bom bufê farto, pode chegar de R$ 500 mil pra mais. “Não tenho ideia, até porque dependendo do artista que faz o show os valores variam absurdamente e para uma autoridade podem até fazer de graça”, diz ele.
Sendo mesmo investimento espontâneo, com o financiamento dos 32 secretários (por que não?), já que os cargos são comissionados e vem eleição aí, cada um pode ter gasto mais ou menos R$ 16 mil do próprio bolso, de um salário mensal de R$ 18.421,99 (no portal da transparência).
E outro detalhe é que, no mesmo lugar, aconteceu até esse domingo (27/03), a “Expo Rio Turismo”, evento da Secretaria de Estado de Turismo (Setur-RJ), ou seja, provavelmente o governo aproveitou a estrutura de palco, som etc, com exceção do aluguel do Jockey (o aluguel do ExC Rio, por exemplo, que comporta 2 mil pessoas, custa R$ 45 mil a diária).