Defensores dos animais, liderados pela atriz Alexia Dechamps, estão organizando manifestação para este domingo (30/01), às 10h, na porta do BioParque, na Quinta da Boa Vista, pela morte das três girafas importadas da África do Sul, que nunca chegaram ao zoológico.
No dia 11 de novembro, 18 girafas, daquele país, desembarcaram no Rio, importadas pelo grupo Cataratas, que faz a gestão do BioParque, e não tem essa espécie entre as atrações. Três filhotes estavam em período de quarentena, mantidos em locais de 40 metros quadrados na região de Mangaratiba, há dois meses. Segundo o Ibama, que determina critérios para zoológicos, para duas girafas são necessários 600m2, além de enriquecimento ambiental, como vegetação, abrigo etc. Em meados de dezembro, seis das 18 fugiram, horas depois foram recapturadas e, à noite, três morreram — o Ministério Público Federal e Polícia Federal estão investigando o motivo.
“Segundo o artigo 18 do Ibama (93/1998), não é autorizada a importação de animais da fauna silvestre exótica provenientes de captura na natureza e destinados ao comércio. Há quem diga que esse artigo se refere à venda dos animais, mas qual zoológico ficaria com 18 girafas? Precisamos ter acesso ao parecer técnico que permitiu essa importação absurda, pois de acordo com as leis, além das licenças cabíveis, é necessário um parecer que justifique a importação de animais selvagens. Não vamos nos calar e todos deveriam lutar pela proibição da importação e exportação de espécies”, diz o texto dos ativistas.
Para trazer as 18 girafas, o Cataratas gastou mais ou menos R$ 6 milhões, com autorização do Ibama em julho do ano passado e os responsáveis afirmam que as girafas fazem parte de um projeto de conservação. O BioParque diz que os animais não foram capturados na natureza e que a instituição de origem foi aprovada pelos órgãos competentes brasileiros e sul-africanos.