O Aterro do Flamengo ficou laranja neste domingo (05/12), com mais de 150 mulheres participando da 4ª edição da “Caminhada pelo fim da violência contra mulheres e meninas”, um movimento do Comitê de Combate à Violência contra a Mulher, do Grupo Mulheres do Brasil, alinhado à iniciativa da Organização das Nações Unidas (ONU), e que aconteceu simultaneamente, em 40 cidades do Brasil e mundo.
Lá estava Luiza Brunet, participante de todas as edições da caminhada (não só no Rio), e porta-voz pelos direitos da mulher, ao lado da mãe, Alzira Botelho, 76, também sobrevivente da violência doméstica, vivida por 17 anos. “Ela está sempre acompanhando os movimentos. Também foi vítima e aprendeu muito jovem (casou-se aos 19 anos e teve oito filhos), e passar isso pra frente motiva a minha geração. Meu sonho é que ela conte a sua história um dia, mas ainda tem vergonha”, disse Brunet. Alzira foi a primeira a sair em defesa de Luiza quando soube que o empresário Lírio Parisotto, então namorado de Brunet, havia agredido a filha.
Também estavam lá a atriz Cristiane Machado, a primeira mulher agredida no País a usar como medida protetiva um “botão do pânico” (dispositivo eletrônico) ligado à tornozeleira do ex-marido, o ex-diplomata Sérgio Schiller Thompson-Flores, que a avisava quando ele está mais próximo do que a distância determinada pela Justiça (200 metros); a delegada Paula Mary Reis, da PF, na linha de frente do combate aos crimes de pedofilia e chefe do Grupo de Repressão aos Crimes Cibernéticos no Rio; Marilha Boldt, cordenadora da OAB seccional RJ Mulher e líder do Comitê no Rio, entre tantas. “Tivemos um aumento de 54% de denúncias de violência contra a mulher no Plantão Judiciário no Rio, durante a pandemia. Então precisamos nos manifestar para que a sociedade entenda a necessidade de combater a violência contra a mulher, esse padrão de centenas de anos. Sofri por oito anos e me tornei ativista porque é importante informar às mulheres a importância das políticas públicas”, afirma Marília.
A campanha tem 21 dias. Começou no Dia da Consciência Negra (20/11) e terminará no Dia Internacional dos Direitos Humanos (10/12).
Dá o play para assistir aos vídeos (Daniel Delmiro):