Olhe pro céu e veja a promiscuidade dos fios em toda a cidade. Pensando nisso, a Secretaria Municipal de Conservação, em parceria com a Light, acaba de lançar um projeto-piloto de ordenamento da rede aérea para combater os “gatos”, dar mais segurança e um melhor aspecto visual, acabando com o excesso de fios. A primeira ação foi nessa quarta (17/11), em Jacarepaguá. Deve durar um mês no bairro; as equipes da Light identificaram 568 postes compartilhados com terceiros, com mais de quatro mil redes não identificadas. “A ação em Jacarepaguá é o começo de um trabalho que vai abranger diferentes pontos da cidade. A desordem da fiação irregular, que desafia o poder público, põe as pessoas em risco e compromete a paisagem”, diz Anna Laura Secco, secretária de Conservação.
Uma situação comum identificada pela Light é a presença de rolos de cabos extras instalados pelas operadoras de telecomunicação (Internet e TV a cabo), o que costuma ficar embolada ou enrolada na parte baixa dos postes. Outra situação muito comum são as ligações clandestinas nas iluminações públicas. Nesses casos, o material é descartado de maneira sustentável, por empresa devidamente certificada pelo INEA (Instituto Estadual do Ambiente).
Fato é que, há 10 anos, um projeto de lei do então prefeito, Eduardo Paes, determinava que toda a rede de fiação aérea passasse a ser subterrânea e deu prazo de cinco anos para que a Light e outras concessionárias aterrassem seus fios e cabos. Passada uma década, a cidade segue com a fiação aérea. Existem 390 mil postes na cidade, e o município é responsável por 15% desse total; o restante pertence às concessionárias.
Em fevereiro deste ano, o deputado federal Paulo Ramos entrou com o projeto de lei que fixa o prazo de 10 anos para que as concessionárias de energia elétrica e de telefonia, desde que ouvido o município responsável, troquem toda a instalação aérea por fiações subterrâneas. “Não é razoável ver redes aéreas, que, além da questão estética das cidades, acarretam insegurança e contribuem para a má qualidade dos serviços. São frequentes as interrupções decorrentes de furtos de fios, vandalismos e diversas formas de acidentes”, disse ele à época.