Uma das 60 histórias do livro “Meu caro Chico — depoimentos” (Editora Francisco Alves), organizado pelo jornalista Augusto Lins Soares, sobre Chico Buarque, que não terá lançamento físico nem virtual, mas já está nas livrarias, é sobre a música “Maninha” (1977), para Miúcha, irmã do artista.
Em depoimento, Miúcha (1937-2018) disse que, quando estava gravando seu primeiro álbum com Tom Jobim, o então produtor Aloysio de Oliveira pediu que Chico fizesse algo especialmente pra ela. O compositor reclamou, não disse nem sim, nem não, e sumiu. O disco já estava pronto, e a equipe comemorava na churrascaria Carreta, em Ipanema, quando o garçom avisou que Chico estava ao telefone, no balcão do restaurante, para avisar que tinha feito uma música. Miúcha e Aloysio correram para a casa do artista – o lançamento atrasou para incluir a composição.
Augusto teve a ideia do livro em 2018, quando organizava “Revela-te, Chico — Uma fotobiografia”, com 210 imagens selecionadas de um acervo de mais de 20 mil. “Durante a pesquisa, encontrei declarações e histórias curiosas que revelavam Chico e sua produção artística. Achei importante organizar esse livro só com textos de autores de várias gerações e de diferentes áreas de atuação”, diz Augusto.
Consta ainda a primeira crônica de Drummond sobre Chico, quando ele lançou “A banda”, um bilhete de Clarice Lispector e depoimentos de Gilberto Gil, Caetano Veloso, Vinícius de Moraes, Criolo, Roberto Freire e Pablo Milanés. Da família, entraram apenas o pai, o historiador Sérgio Buarque de Hollanda, e a irmã Miúcha.