Em frente à praia de Ipanema, num dos endereços mais nobres do Brasil, foi inaugurado, em junho de 1922, o tradicional Colégio São Paulo, gerido pelas Religiosas Angélicas de São Paulo.
No início, eram apenas sete alunas matriculadas nesse que foi o primeiro colégio do bairro, criado em 1894. À época, a Avenida Vieira Souto era um local repleto de terrenos baldios e com poucas casas. Dentre os vizinhos mais próximos na praia, estavam a família Alvim, da residência onde é hoje o Centro Cultural Laura Alvim, e o lendário castelinho mourisco, construído em 1904 pelo cônsul sueco Johan Jansson. No lugar do castelinho, desde 1963, está o Edifício Barbacena Guarará.
A sede do colégio, na Avenida Vieira Souto, 22, instalou-se, primeiro, de aluguel, na antiga residência da família Nogueira da Gama. Em 1931, o prédio foi ampliado, ganhando novas salas de aula e uma capela, já demolida.
As Irmãs Angélicas começaram a atrair, cada vez mais, alunas por conta da disciplina suave e da ótima ligação que elas formavam com as famílias das meninas matriculadas e a comunidade ao redor. Passeios, jogos recreativos, festas escolares, retiros e prêmios eram somados às horas nas salas de aula, na formação das alunas.
Com o passar dos anos, os meninos foram aceitos no São Paulo, e o espaço começou a ficar pequeno. Na década de 1970, foi erguido o prédio da Vieira Souto com seis andares, revestimento claro, novas salas de aula e uma capela bem maior que a antiga.
A grande vantagem desses ambientes é a vista frontal para a praia de Ipanema, ilhas Cagarras e o morro Dois Irmãos. Ao longo de décadas, várias propostas milionárias foram feitas para que as Irmãs Angélicas vendessem o terreno onde funciona a escola e o antigo convento onde elas moram, com acesso pela Rua Joaquim Nabuco, 267. Todas foram recusadas em nome da tradição de um colégio religioso, que, em junho de 2022, completará um século de muitas histórias. As fotos antigas dessa matéria foram cedidas gentilmente pela atual diretora, Irmã Sandra Morbach.