O Instagram do Hospital Sírio-libanês, que tem 230 mil seguidores, começou a receber mensagens diferentes nesta quarta (01/09), sobre atestados médicos, até então uma pergunta incomum, ainda mais em redes sociais.
Isso aconteceu depois de a defesa de Marconny Nunes Ribeiro Albernaz de Faria comunicar à CPI da Covid que o suposto lobista da Precisa Medicamentos não vai depor na quinta (02/09), por estar internado no Sírio, em São Paulo, com “dor pélvica”. Outro depoente, Marcos Tolentino, citado como “sócio oculto” da FIB Bank, tinha um documento assinado por médicos do mesmo hospital, dizendo estar internado com “formigamento no corpo”.
A coincidência não bateu bem para os senadores. Randolfe Rodrigues, vice-presidente da CPI, pediu informações ao Sírio sobre o quadro de saúde de ambos porque, num vídeo no dia anterior, Tolentino aparentava estar muito bem. Segundo o documento, ele tinha dado entrada no Sírio às 15h41, porém, o vídeo da entrevista ao “Antagonista” foi gravado às 20h. Omar Aziz, presidente da CPI, ligou para o diretor do hospital e pediu à instituição que ateste se o documento é verdadeiro. “Ele mandou criar uma junta médica para ver o que o paciente tem e vai mandar para a CPI. Vão nos responder tecnicamente. Disse-me para ficarmos tranquilos porque o Sírio não vai dar atestado para quem não está doente. Caso o Sírio venha com diagnóstico diferente, os dois médicos vão vir aqui na CPI explicar isso”, disse Aziz.
Entre os comentários das redes do respeitado hospital, “que palhaçada é essa de ficar acobertando os investigados da CPI?”, “a minha unha quebrou. Preciso de um atestado de 900 dias, tem como?”, “atestado de 20 dias vale para o trabalhador com dor na pélvis?”, “que absurdo o Sírio participando de um esquema desses! Um ultraje” e assim vai.
A coluna ligou para a assessoria do Sírio, que disse não ter ainda um comunicado oficial sobre o assunto.