O artista plástico Luiz Badia criou uma petição no site Avaaz, nessa segunda (20/09), contra o fechamento do Centro Cultural dos Correios, mais um do feirão de imóvel da União que pode ser fechado e vendido.
Os artistas cariocas estão aflitos com a decisão. Os Correios já não aceitam mais nenhum projeto para exposições e afins depois de 31 de dezembro de 2021. “Isso é um desprezo com a cultura. A unidade está em plena atividade, com oito exposições para visitação pública, duas delas em parceria com o Instituto Italiano de Cultura. Mesmo com essa pluralidade de mostras, há risco de fechar”, diz a artista plástica e curadora Marilou Winograd, que fez algumas mostras no prédio.
Segundo a Lei 14.011, qualquer pessoa física ou jurídica pode apresentar proposta de compra para imóveis do governo, que decide ou não pela venda, caso recente do Palácio Capanema. Segundo a assessoria de imprensa dos Correios, “ainda não há nada decidido nesse sentido, pois, somente no final dos estudos para otimizar a carteira imobiliária, será possível determinar as melhores formas de ocupação de cada imóvel. Na qualidade de empresa pública, os Correios devem dar publicidade a decisões como a de realizar os estudos em questão. Assim sendo, devido a possíveis falhas de interpretação dos comunicados da empresa, é possível que rumores apresentados pela coluna encontrem repercussão, mesmo sem fundamento ou nexo causal”.
Um servidor do Governo, que não quis se identificar, diz que não só a classe artística está incrédula, mas também os funcionários que sempre valorizaram a cultura desde que o prédio, que vai fazer 100 anos em 2022, foi transformado em centro cultural, com a “Exposição Ecológica 92”, do calendário da Eco 92. “Quando uma cidade perde seus complexos de Cultura, o turista deixa de ter interesse e é danoso até para o comércio próximo. Eduardo Paes até fez uma postagem sobre o assunto, mas o governador Cláudio Castro, absolutamente nada. O projeto de revitalização do Centro é mais uma justificativa para manter o CCC aberto.”
E continua: “Dificilmente alguém vai querer comprar o prédio porque ele está numa área de tombamento e seria mais caro manter do que derrubar; ou seja, ou você acaba com um equipamento cultural que vai ser vendido a preço de banana, ou vai virar mais um prédio fechado no Centro, talvez invadido por moradores de rua e destruído com o tempo”.