Há 90 anos, surgia, no Centro do Rio, o Edifício Metrópole, uma construção eclética de 14 andares, na Avenida Presidente Wilson, n° 165.
O prédio foi construído por José Maria Fernandes (1868-1953), um espanhol naturalizado brasileiro que teve nove filhos. Já no início da década de 1930, ele dividiu os 14 andares, com mil m2 cada um, entre os seus herdeiros. José Fernandes fundou a Companhia Predial Guanabara para construir edifícios no Rio e em Petrópolis; entre eles, destacam-se o Cinema Imperator, no Méier, e o Cinema Petrópolis.
Hoje, o prédio é exclusivamente comercial. São 253 salas e três lojas onde, por muitos anos, estiveram sediadas grandes empresas, entre elas, a companhia aérea Pan Am, a Listas Telefônicas Brasileiras, Banco Rural e algumas Embaixadas. Atualmente, ele é sede de diversos escritórios de advocacia e de empresas do ramo imobiliário, como a Quatro Marias e a Novo Mundo, que administram imóveis da família Fernandes. Quase 80% das salas ainda pertencem aos descendentes de José Maria Fernandes. Com a crise e a pandemia, algumas dessas salas estão vazias. Penso que a solução para o futuro do Metrópole seria voltar a ser um edifício misto, com apartamentos residenciais e escritórios dividindo o mesmo espaço privilegiado e histórico.