O caso do incêndio da estátua de Pedro Álvares Cabral, na Glória — como publicamos aqui —, não é eventual. O Rio é a cidade com o maior número de monumentos no Brasil – são mais de 1.400 esculturas, estátuas e construções que homenageiam grandes nomes da música e da literatura, que fazem parte do acervo histórico nacional. No entanto, como temos publicado constantemente, ao longo dos anos, esses bens são danificados todos os dias. Segundo o grupo “SOS Patrimônio”, criado desde 2014 pra denunciar as situações de degradação, quase 90% das esculturas já foram vandalizadas ou parcialmente destruídas.
Se depender dos recentes dados da Secretaria de Conservação, o número está certo: apenas neste ano, já foram nove Boletins de Ocorrência registrados pela Prefeitura — mais de um por mês. “Cuidar dos nossos monumentos é uma forma de resgatar a nossa História. A Secretaria de Conservação tem muito carinho com eles, que são fragmentos da memória da nossa cidade e da nossa cultura. Estamos sempre fazendo limpeza, restauro e melhorias. Os monumentos pertencem aos cariocas, e todos nós devemos zelar por eles”, diz Anna Laura Secco, secretária da pasta de Conservação.
Abaixo, os últimos Boletins de Ocorrência:
— Roubo de peças da Gerência de Monumentos e Chafarizes, no Parque Noronha Santos;
— D. Pedro I, peças em bronze (foram dois B.O. para o furto de duas peças);
— Oswaldo Diniz Magalhães, na Praça Saens Peña (furto do bastão, efígie e das letras);
— Florão do Passeio Público (furto de peças do portão principal);
— Casa de máquinas da Praça Paris (invasão e vandalismos da caixa de máquinas do chafariz);
— Óculos de Abraham Medina, em Copacabana, que foram encontrados, devolvidos e recolocados;
— Benjamin Constant, do Campo de Santana (furto das placas históricas em bronze);
— Descobrimento do Brasil (o que foi pichado e incendiado).