Minha mulher, Juliane Katharina Gerhard de Medeiros, era alemã, da cidade de Schotten, região de Frankfurt. Nós nos conhecemos no Rio, por amigos em comum, em 2012. Nos apaixonamos e nos casamos em maio de 2017, numa cerimônia para a família e poucos amigos, no Relais & Chateau Burg Schwarzenstein — na Alemanha, região vinícola às margens do rio Reno.
Entre namoro e casamento, vivemos juntos nove anos, ora aqui, ora na Alemanha, onde ela engravidou, mas sempre passávamos mais tempo na minha cidade. Ela adorava o Rio. Ainda solteira, adorava estar próxima às praias de Ipanema e Leblon, vivendo a vida de uma carioca — bem distante do rigoroso inverno europeu. Achava Bossa Nova o estilo musical mais bonito do mundo.Vimos de perto a Alemanha vencer a Copa do Mundo de 2014, no Maracanã.
Em novembro de 2017, tivemos nosso filho, Louis Leonhard, nascido em Frankfurt, hoje com 3 anos e meio. Algum tempo depois, Juliane se encantou por São Conrado. Levávamos nossa vida longe da badalação, cuidando da família e do trabalho. Entramos para o Gávea Golf e passamos a jogar golfe com frequência; era uma vida tranquila.
Em 2019, Juliane descobriu nódulos em um autoexame; depois de amamentar, não é incomum ter nódulos. Eles aumentaram, ela achou exagerados, procurou uma médica na Alemanha, onde estava com a família. Era câncer. Ela preferiu se tratar aqui, no Brasil. Começou o tratamento, que é sempre sofrido, mas parecia com boa saúde; levou bem o assunto. Muitas pessoas se espantavam quando a gente comentava como foi essa evolução. Mesmo com todo avanço, é preciso dar muita atenção ao assunto — nódulos na pós-amamentação podem não ser apenas nódulos. Agora, nos últimos dois meses, surgiu metástase no fígado. Aí foi tudo muito rápido: ela morreu no último dia 28, aos 44 anos. Juliane foi meu grande amor.
Luís Carlos Medeiros (o Cacau) é empresário carioca. A Missa de Sétimo Dia será nesta quinta (05/08), às 18h, na Igrejinha de São Conrado.