O monumento em homenagem a Pedro Álvares Cabral, na Glória, em frente à Praça Paris, sofreu tentativa de incêndio na madrugada desta terça (24/08). Os autores colocaram pneus em volta da estátua, feita pelo escultor mexicano naturalizado brasileiro Rodolfo Bernardelli (1852-1931), e atearam fogo, deixando boa parte do monumento manchado de preto e ainda com a pichação “Marco temporal é genocídio. PL 490 não”. Como sabido, o Supremo Tribunal Federal (STF) deve julgar, nesta quarta (25/08), o chamado “marco temporal”, que pode mudar o entendimento sobre demarcações de terras indígenas em todo o País, causando protestos generalizados.
Assim como aconteceu em São Paulo, com a estátua do bandeirante Borba Gato, incendiada em julho, o protesto é do movimento chamado Revisionismo, contra personagens que desbravaram territórios no interior do País e capturaram e escravizaram indígenas e negros. Foi com a chegada do português Pedro Álvares Cabral, em 1500, que o ataque à população indígena começou no País. Em vários artigos “antiestátuas”, o navegador português é um dos principais inimigos citados.
Nessa segunda (23/08), durante o “II Encontro Virtual sobre Liberdade de Expressão: Liberdade de Expressão dos Povos Indígenas”, Luiz Fux, presidente do STF, abriu o evento, afirmando que que o Poder Judiciário não vai permitir retrocessos em questões indígenas e destacou a importância da Constituição pelos direitos: “O Judiciário não vai permitir retrocessos e seguirá exercendo a sua missão de concretizar, efetivar e proteger os direitos e liberdades dos povos indígenas e de todos os brasileiros.”
A equipe de manutenção da Prefeitura está no local, tomando providências.