Em mais uma ronda, o biólogo Mario Moscatelli encontrou esse mar de lixo nos manguezais do Fundão, nesta terça (13/07). “Uma fábrica de vida transformada em lixão. E olha que os manguezais são protegidos por lei integralmente e fazem parte da Área de Proteção Ambiental (APA) do Rio. Eu, pessoalmente, recuperei esse manguezal no período de 2010 a 2012. Mas essa quantidade de lixo inviabiliza a recuperação natural, porque, com o volume, temos mudas sendo arrancadas ou soterradas por lixo doméstico. Se o governo não faz a parte dele, a população não ajuda em absolutamente nada”, diz.
O descaso tem jeito, como o biólogo mesmo diz, bastando vontade política e consciência da população. Prova disso é o ressurgimento do manguezal ao redor da ilha do Marina Barra Clube, na Lagoa da Tijuca, em que Mario plantou mudas de mangue branco, negro e vermelho em 2000 e agora está com árvores entre seis e oito metros de altura. Recentemente, ele tem plantado manguezais em Gramacho, Duque de Caxias, onde funcionava o maior lixão da América Latina, alcançando 40 mil metros quadrados de nova vegetação. “Se pararmos de perturbar a Baía de Guanabara ela dará retorno. Além disso, manguezais são o ecossistema florestal que mais sequestra carbono da atmosfera e absorve nitrogênio e fósforo das águas contaminadas por esgoto”.