— Você NUNCA me escuta!
— Você SEMPRE quer impor suas opiniões!
— Você SEMPRE reclama, NUNCA está satisfeito!
— Você NUNCA ouve ninguém!
— Você SEMPRE chega atrasado!
Como se sentiria se alguém falasse uma dessas frases para você? Daria vontade de colaborar e dialogar? Ou de se defender e contra-atacar?
Provavelmente, a segunda opção, porque essas frases soam como acusações, críticas e exagero ao mesmo tempo.
Por ter crescido no meio de muitos conflitos em uma cidade violenta e sofrido bullying na escola, Marshall Rosenberg, psicólogo americano e criador da Comunicação Não Violenta (CNV), dedicou mais de 60 anos da sua vida à pesquisa sobre violência e não violência. Ele queria entender o que fazia algumas pessoas se tornarem violentas e outras não, apesar das circunstâncias.
Acreditando na natureza compassiva do ser humano, ele dedicou sua vida ao desenvolvimento de uma forma de comunicação que permitisse aflorar a humanidade existente em cada indivíduo. Foi assim que surgiu a CNV, contribuindo para humanizar e aprimorar os relacionamentos.
Uma das suas descobertas foi que vários padrões de linguagem alimentam os conflitos e podem levar a uma ruptura. Por exemplo, as palavras “sempre” e “nunca”, durante uma discussão, tendem a estimular reações agressivas e acirrar os conflitos.
Um dos benefícios da CNV é tornar-nos mais conscientes na hora de nos expressarmos, escolhendo nossas palavras com mais cuidado. Pessoalmente, depois de ter aprendido sobre isso, não me lembro de ter usado as palavras “sempre” e “nunca” daquele jeito, acusando alguém de alguma coisa.
Tornei-me consciente de que isso não me levaria a lugar algum e não me ajudaria a obter o que eu precisava: resolver o que me incomodava nas atitudes de outras pessoas.
Aprendi a identificar e expressar os fatos, meus sentimentos e minhas necessidades em vez de ficar culpando ou acusando o outro. Aprendi também a fazer pedidos claros para que o outro saiba o que eu gostaria que fizesse. Posso dizer que isso foi muito mais construtivo – consegui atender às minhas necessidades na maioria das situações sem ter que apontar o dedo nas pessoas.
A Comunicação Não Violenta tem um grande poder de transformação quando escolhemos expressar-nos de forma mais consciente. Na verdade, eu diria que faz toda a diferença.
Deixo meu convite para você: a partir de agora, procure prestar atenção e evite usar palavras como “sempre” e “nunca” durante um conflito.
Boa semana e bons relacionamentos!