O carioca anda tão sobressaltado, que a qualquer sinal de comércio fechado, já coloca na conta na pandemia, como realmente tem acontecido — de acordo com a Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel), mais de 3 mil já fecharam no Rio desde o início da crise. Nesta sexta (09/07) algumas pessoas que trabalham no Centro contaram a mesma cena: o restaurante italiano Spaghettilândia, na Cinelândia há mais de 70 anos, estava fechado, em sextas habitualmente lotadas, terminando com o “happy hour” que anima a sua varanda. Mas foi só um susto. O espaço, comandado por Seu Serafim, só aproveitou para fazer algumas reformas depois que a cozinha teve um princípio de incêndio, sem feridos.
O Spaghettilândia sempre foi frequentado por escritores e jornalistas, além de artistas e políticos, pela proximidade à Câmara de Vereadores e aos teatros Municipal e Rival.
Também foi lá que, em 1955, aconteceu uma briga entre Augusto de Campos e Ferreira Gullar por causa de Oswald de Andrade, contada, em crônica, por Ruy Castro (que também era frequentador) na Folha de São Paulo, em 2016. Augusto teria se referido a Oswald como “irresponsável”, alguém a não se levar muito a sério numa possível revolução da poesia brasileira. Em réplica, Augusto negou o encontro no Spaghettilândia; Gullar confirmou.