O Rio amanheceu com a notícia de mais um desabamento de prédio, desta vez em Rio das Pedras, nesta quarta (03/06). O biólogo Mario Moscatelli, especialista em analisar perigos ambientais, explica: “Dependendo de onde tenha sido o desabamento, deve-se destacar que quase toda a área situada abaixo da rua que dá acesso à comunidade era um enorme brejo. Tecnicamente, são solos hidromórficos, constituídos por muita água e uma mistura de turfa, argila e silte. É uma verdadeira geleia: quanto mais peso se coloca, mais o solo se deforma. Para construir de forma segura, seria preciso investimento pesado em adequação do solo e estaqueamento. Portanto, é uma bomba relógio socioambiental prestes a explodir a qualquer momento”.
Segundo informações de moradores à equipe da 32ª DP (Taquara) que investiga o caso, o prédio foi construído por Genivan Gomes Macedo, um comerciante da comunidade, para sua família, e foi feito ao longo de 10 anos (o último andar ficou pronto há oito anos). “Nada de novo, levando em conta que a maioria das construções são edificadas sabe-se lá com que tipo de mão de obra ‘especializada’. Não foi o primeiro desabamento e não será o último”, avalia Moscatelli. Mario previu a tragédia de Muzema em abril de 2019, aqui mesmo na coluna, dois dias antes de acontecer.