Um novo verbo surgiu nesta quinta (06/05), durante a CPI da Covid, no Senado Federal, em Brasília, o “queirogar”. Isso, depois de o ministro da Saúde, em suas respostas, assumir a estratégia de fugir das perguntas envolvendo a participação de Jair Bolsonaro sobre a covid com a frase “não posso fazer juízo de valor”, em tradução livre, “não concordo, mas não posso dizer em público”.
O comportamento nas respostas de Queiroga, assim como nos pronunciamentos de Nelson Teich, que ficou no mesmo cargo por menos de 30 dias, lembram muito os da atriz Glória Pires, em 2016, quando foi convidada para comentar o Oscar, em que viralizou a frase “não sou capaz de opinar” ou “sou ruim de previsões”. Tempos depois, ela disse que preferiria não falar de assuntos que não conhecia, ou seja, mandou muito melhor do que qualquer integrante do governo.
Entre os comentários nas redes, “Queiroga se recusa a responder se concorda com o uso da cloroquina para tratar da covid-19. Tudo isso é medo de contrariar Bolsonaro? Sobram cúmplices da tragédia brasileira”; “Marcelo Queiroga é um piadista. Não consegue responder sobre cloroquina, mas diz ter autonomia. Bolsonaro não segue orientação ‘técnica’ do ministro. Boicota máscaras, aglomera, ataca a China. Ministro é bem fraco. Tá no cargo devido a isso. Incapacidade é requisito para 1º escalão”; “sou servidor público, é vergonhoso o depoimento do Queiroga. Ele sequer se preparou para o depoimento. Não tem informações básicas sobre a vacinação, sobre os contratos com os fabricantes, ele não sabe sobre nada. Ele é o ministro da Saúde em meio à pandemia”; e também os defensores, “mais uma vez, Renan Calheiros tenta induzir e direcionar as respostas do ministro Queiroga. Ou desconhece o papel de relator, ou age de má-fé”; “um acusado, investigado, um réu, tem todo o direito de ficar em silêncio, mentir, não responder a uma pergunta ou escolher as que responde. Seja num processo, seja numa CPI. Uma testemunha não. Queiroga é uma testemunha. Ainda”.