Minha paixão é o ser humano porque acho que é o bicho mais interessante de se observar neste planeta, pela sua imprevisibilidade. O princípio do meu trabalho é o amar e aceitar como ele é, em vez de o forçar para que seja como “deveria ser”. Essa é uma afirmação que parece óbvia, mas que, tanto nas práticas terapêuticas quanto nas leituras astrológicas, os profissionais se esquecem desse princípio e acabam forçando bastante a barra, deixando seus clientes desorientados e com mais problemas dos que tinham antes da consulta.
Esse princípio se aplica ao que acontece a todos nós, enquanto a pandemia se desenvolve, e às medidas restritivas que os governos impuseram porque o ser humano é, por natureza, sociável e precisa de toque físico, do calor da proximidade das outras pessoas, dos sorrisos francos e da mão amiga que aperta o ombro nos momentos de vulnerabilidade.
Estive e ainda estou estarrecido com a insensibilidade e incompetência dos governos em relação à natureza humana e suas necessidades, porque pouco se fez para aliviar as carências, e foram impostas inúmeras medidas restritivas sem uma contrapartida de moratória de dívidas ou suspensão de cobrança de tributos para os milhões de pessoas que viram seus negócios sumirem do dia para a noite.
A isso se somou e ainda se soma a desinformação, que deixou sobre as costas das pessoas comuns a tomada de decisões diante de eventos excepcionais.
E nós, que sempre imaginamos que nossos governos é que eram ruins, porque do terceiro mundo, descobrimos que, no primeiro mundo, não são melhores.
A pandemia, infelizmente, não vai passar tão rapidamente quanto gostaríamos, tampouco haverá uma revolução que ilumine a mente dos cidadãos para que, com esclarecimento, escolham-se democraticamente governos melhores. É assim que as coisas são.
Enquanto isso, sou como João Batista: uma voz que prega no deserto, descrevendo, em meus escritos diários, como as coisas são e, também, todas as potencialidades que são como tesouros escondidos na alma de nossa humanidade, aguardando por uma convergência de vontade, desejo e ação para se materializarem.
Oscar Quiroga é psicólogo por formação, astrólogo autodidata. Dedica-se, o tempo inteiro, a enxergar o infinito nos mínimos detalhes do comportamento humano. Assim, ele é descrito pelo O Estado de S. Paulo, jornal em que, há mais de 34 anos, assina uma coluna de horóscopo no Caderno 2. Humanista argentino, é reconhecido por seu estilo de linguagem muito particular. É ainda consultor e membro da Academia de Letras do Distrito Federal. Em 2021, lançou um pacote de previsões 2021 + Curso de Lua Vazia + ebook, que pode ser comprado no site.