Depois de três anos do incêndio, o Museu Nacional está de luto novamente: morreu, nessa quarta (31/03), o professor Antônio Brancaglion Junior, aos 55 anos, um dos maiores especialistas em egiptologia do País, com câncer. Ele era o curador da coleção egípcia do museu, diretor do Laboratório de Egiptologia do Museu Nacional (Seshat) e coordenador de pós-graduação em arqueologia do Museu Nacional da UFRJ.
Antônio comandava uma turma de pesquisadores do museu que viajava todo ano (desde 2014) ao Egito para participar da restauração da tumba de Neferhotep, com a equipe da arqueóloga argentina Violeta Pereyra, líder do projeto, que teve início em 1999.
A ideia de convocar os pesquisadores do Museu Nacional foi porque o espaço tem (as que pegaram fogo estão devidamente documentadas) a melhor coleção egípcia da América Latina, embora o incêndio tenha destruído a sacerdotisa-cantora Sha-amum-em-su e uma coleção de 700 peças funerárias, adquiridas tanto por D. Pedro I quanto D. Pedro II.
Antônio era também uma referência quando o assunto era traduzir os hieróglifos, os caracteres usados como escrita no Egito Antigo, coisa de filme de ficção.