A livraria Leonardo Da Vinci, no Centro — fundada em 1952 e resistente a crises —, está sempre ligada em ideias criativas para atrair clientes, fazer lançamentos, protestos, ou o que for. Esta semana, por exemplo, colocou um anúncio na entrada, com uma seta para o interior da loja: “Ricos, por aqui”. Em texto mais completo: “Prezados Ricos. Ainda não tivemos o prazer de conhecê-los pessoalmente, mas fica o convite: venham nos visitar e comprem os milhares de livros que os seus orçamentos permitem. Com esperança, livreiros da Da Vinci”.
É uma singela manifestação contra a proposta de reforma tributária do ministro da Economia, Paulo Guedes, que tem causado intensos debates no setor livreiro, até então isento de impostos. Se entrar em vigor da maneira como o governo Federal pretende, a Contribuição sobre Bens e Serviços (CBS) significa uma taxação de 12% sobre livros.
Em meados deste mês, a Frente Parlamentar de Incentivo à Leitura divulgou uma nota de repúdio contra documento da Receita Federal, destacando que a afirmação “pobres não consomem livros não didáticos” é cruel e distorcida. A Frente propôs uma audiência pública para debater o tema da taxação no dia 26 de abril, na Comissão de Educação da Câmara dos Deputados.