Existem os que não são alcançados pela dor do outro, jamais. Muito amigo seu deve ser assim, e você nem sabe. É possível. Então, todo mundo que você ama está vivo, exatamente como você. Seria razão pra não sentir nada ao ver a manifestação da ONG Rio de Paz pelos 400 mil mortos da covid? Pelos sentimentos particulares, cada um, talvez, tenha o controle; já pelas surpresas da covid, não. Não se acostume com isso.
O Brasil é o segundo país com maior número de mortes pela doença, atrás apenas dos Estados Unidos, que tiveram mais de 570 mil mortes. Em comparação ao tamanho da população, o País está na 13ª colocação do ranking mundial, segundo levantamento da plataforma “Our World in Data”, do Reino Unido, ou seja, 12,7% do total de mortes por coronavírus no mundo está aqui. Para Antonio Carlos Costa, presidente da ONG, “esses números são inaceitáveis. Nos calarmos num momento como esse significa nos tornarmos cúmplices dos crimes cometidos pela classe governante brasileira”.
Enquanto isso, no Rio, em coletiva na manhã desta sexta (30/04), Eduardo Paes prorrogou as restrições até o dia 10 de maio. Segundo o prefeito, a situação na cidade ainda continua longe de estar confortável; por isso, foi necessário mantê-las. Continuam proibidos: a permanência em vias públicas, das 23h às 5h, o funcionamento de casas noturnas e rodas de samba e a entrada de ônibus fretados no município.