Nos últimos 10 anos, tive a oportunidade de ajudar vários homens e mulheres a evitar ou a reverter uma separação, através da Comunicação Não Violenta (CNV). Havia amor na relação, mas a comunicação tinha se tornado impossível.
Uma dessas pessoas estava à beira de assinar o divórcio quando me conheceu. Achando que não tinha mais jeito, já estava morando em uma casa separada do marido há mais de dois meses, triste e desesperada, porque ainda o amava mas não enxergava solução para a relação. Depois de 14 anos de casamento, o mundo dela estava desabando. Ela não sabia mais o que fazer.
Depois de ter conhecido meu trabalho sobre empatia e CNV em um treinamento corporativo, sentiu uma esperança e pediu meu acompanhamento para tentar resgatar seu casamento. A separação física tinha ocorrido por falta de capacidade de se entenderem mutuamente — toda tentativa de conversa virava briga, as queixas eram recíprocas, cada um acusando e culpando o outro por alguma coisa. Não havia compreensão mútua. A relação parecia sem saída, porque não havia possibilidade de dialogar sem se machucarem. Faltava empatia de ambas as partes.
Na maioria das relações, o que acontece é que ambos, em algum momento, ficam insatisfeitos com algumas atitudes do parceiro ou da parceira. Em vez de expressar essas insatisfações de maneira construtiva e não violenta, ficam emitindo críticas e julgamentos que acabam desgastando a relação, progressivamente. Críticas costumam ser recebidas como ataque pessoais e podem minar qualquer relação.
Com se fazer compreender e respeitar sem agredir o outro? Como demonstrar empatia e compreensão sem se anular ? É o que ensino nos meus cursos e nas minhas mentorias individuais, através do meu método — o Método Conecta —, um passo a passo para transformar as brigas ou a falta de diálogo em conversas construtivas.
A solução está na capacidade de dialogar de maneira respeitosa. Na hora de um conflito, é importante aprender a respirar e acalmar as emoções para raciocinar e expressar-se de maneira consciente e construtiva.
Eu sei que parece fácil dizer e difícil fazer, mas o processo da CNV e o passo a passo que eu criei ajudam a sair do modo automático e a estruturar os pensamentos na hora do conflito. Quando estamos pensando nas palavras que vamos usar e no que estamos sentindo e precisando, já não estamos tanto na emoção, pois ativamos a parte racional do nosso cérebro.
É bem mais simples do que parece, e a mudança acaba sendo instantânea. Com muito poucas horas de acompanhamento, todas as pessoas que me procuraram para salvar a sua relação, obtiveram sucesso. Aquela mulher que estava quase assinando o divórcio voltou a morar com o marido, e eles renovaram os votos poucos meses depois. Nada me deixa mais feliz e realizada do que isso. Sou muito grata por ter tido acesso à CNV quando eu ainda morava na França e ao Marshall Rosenberg — pai da CNV — pelos ensinamentos. Torço por um mundo com relações mais empáticas, amorosas e respeitosas. Boa semana!