O Conjunto Habitacional Prefeito Mendes de Morais, conhecido como Pedregulho, foi uma das primeiras experiências do Rio na área de habitação popular. Fica na Rua Capitão Félix, n° 50, na divisa dos bairros de São Cristóvão e Benfica. Foi projetado em 1946 por Affonso Reidy com a ajuda de alguns colaboradores, dentre eles, o engenheiro Gabriel de Souza Aguiar e o paisagista Roberto Burle Marx. O Departamento de Habitação Popular da Prefeitura, do então Distrito Federal, foi o responsável pela construção desse ícone modernista entre os anos de 1947 e 1951.
O edifício principal sinuoso e com 270 metros de comprimento, acompanha a curva da encosta. Tem 272 apartamentos de quarto e sala e dúplex, distribuídos em seis andares com os pilotis de circulação no meio. Além dele, o conjunto foi projetado para ter mais dois edifícios (que saíram do papel), escola (com painéis de Cândido Portinari e Anísio Medeiros), ginásio, lavanderia, creche, mercado, piscina e centro de saúde.
Entre os anos de 2010 e 2012, uma reforma que custou cerca de R$ 46 milhões foi feita no Pedregulho, devolvendo um lindo aspecto à fachada e também ao interior do edifício principal. Um apartamento pequeno que, em 2009, custava cerca de 8 mil reais, hoje custa, no mínimo, dez vezes mais; os dúplex de dois quartos, hoje, são avaliados em 180 mil. A vista de grande parte da cidade é um dos pontos fortes do Pedregulho. Isso sem contar as referências da arquitetura moderna brasileira, como os cobogós, brises e painéis de azulejos.
Três filmes foram rodados em seus corredores: “Central do Brasil” (1998), “Velozes e Furiosos 5 — Operação Rio” (2011) e “A Vida Invisível” (2019), em que a personagem interpretada por Fernanda Montenegro mora com sua família num dos apartamentos de dois andares desse incrível prédio. Em dezembro de 2019, fiz o primeiro Tour Pedregulho, visitando também a Cadeg, Mercado Municipal do Rio de Janeiro. Por conta da pandemia, tive que suspender, em 2020, o Tour Casas & Prédios Antigos Pedregulho e Cadeg. Até o final de 2021, espero poder levar, de novo, moradores do Rio e turistas a essa maravilha modernista.