O 15º mural feito pelo “Negro Mundo” ficou pronto, desta vez em homenagem a Pixinguinha (“Meu coração / Não sei por que / Bate feliz quando te vê….”) na lateral do prédio do Museu da Imagem e do Som, na Lapa, nessa segunda (30/03). O “Negro Mundo” usa a arte para eternizar os rostos de pessoas negras — uma forma de lembrar a história dos que foram importantes em suas áreas de atuação. “Fomos inspirados no papel fundamental que Pixinguinha e os Batutas exerceram depois da última pandemia que o mundo sofreu, a Gripe Espanhola, em 1918, no sentido da retomada da vida, da rua, do pulsar da cidade. Que seja nosso farol até os dias que voltaremos a ocupar as ruas nas frestas e nas festas”, diz Pedro Rajão, criador do projeto, executado pelos grafiteiros Cazé Arte e Leandro Tick.
O “Negro Muro” existe há dois anos, mas, no fim de 2020, fez uma parceria com a produtora Partiu!, daí vindo um financiamento coletivo para possibilitar os próximos trabalhos. Há cinco meses, o projeto ganhou força com a Lei Aldir Blanc. “Foram 12 dias de pintura, 7 dias de obra, 8 dias para produzir e desproduzir toda a estrutura. Através desse mural, redirecionamos os olhares da população para um aparelho público tão importante, que é o MIS. Esse trabalho representa pra mim o que espero para o presente futuro, fomento anual à nossa cultura, para que todos nós, que acreditamos e vivemos dela, possamos continuar”, diz Cazé.
Outros murais na cidade foram feitos em homenagem ao maestro pernambucano Moacir Santos, Cartola, Marielle Franco, Mãe Beata de Iemanjá, a cantora Clementina de Jesus, o escritor Lima Barreto, o marinheiro João Cândido e Elza Soares.