O cientista político Maurício Santoro comenta a saída do ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo, e cita alguns dos estadistas que ocuparam o posto, como José Bonifácio Rio Branco (pai e filho), Afrânio de Mello Franco, Oswaldo Aranha, San Tiago Dantas, dentre outros “nomes de menor quilate, nenhum deles merece a companhia de Ernesto Araújo na lista.”
Com a saída do chanceler, os nomes mais cotados pelo Palácio do Planalto são o de Nestor Forster, que representa o Brasil nos Estados Unidos, e Luís Fernando Serra, que está na França.
Santoro acredita que o próximo diplomata deve prestar atenção a alguns detalhes. “Uma questão essencial para o próximo ministro é se a família Bolsonaro e a ala antiglobalista do governo estão dispostas a abrir mão do controle sobre a diplomacia, não mais torná-la instrumento de suas cruzadas ideológicas. É condição básica para reconstruir a política externa”. E continua: “O legado de Araújo e dos Bolsonaros na política externa são a dificuldade de acesso a vacinas, conflitos por meio ambiente e problemas no diálogo com os principais parceiros comerciais do Brasil (China, EUA, União Europeia e Argentina). O desastre é total.”
Maurício também diz que Araújo planeja, para seu futuro, “uma carreira partidária com bandeiras populistas/religiosas — uma Damares de barba, porque, depois da briga com o Senado, não há nenhuma chance de aprovação legislativa para que ele assuma embaixada no exterior.”