Nesse vaivém de restrições, o monólogo “O prazer é todo nosso”, com Juliana Martins, que estaria em temporada presencial no teatro PetraGold, no Leblon, migrou para o virtual, com estreia neste sábado (13/03), às 20h, no palco sem plateia e também nos próximos sábados de março.
Autoria de Beto Brown, dirigido por Bel Kutner e trilha sonora de Rodrigo Penna — os dois últimos trabalharam com Juliana na novela “Vamp” (1991), que está de volta no GloboPlay — a peça mistura passagens reais e ficcionais com muita ironia e sinceridade sobre sexo sem romance.
Aos 21 anos, Juliana foi protagonista da primeira temporada de “Malhação” (1995), como a adolescente virgem Bella, então casada com o músico Eduardo Lyra (pai de sua filha, Luisa, de 20 anos). Quando se separou, depois de 19 anos, ficou na pista e viveu várias experiências. “Não me arrependo de ter casado cedo – fui muito feliz, tenho uma história afetiva e muito orgulho do que construí. A peça não tem nada a ver com casamento ruim ou com a liberdade sexual que eu busquei depois”, avisa, completando que, para dar certo, um relacionamento longo tem que ser criativo. “Se a gente der mole, o casamento vai ser uma instituição falida em termos sexuais. Tenho certeza de que, quando eu me casar de novo, vou ter uma vida sexual legal, intensa e satisfatória. Isso tem mais a ver com a consciência da mulher de entender que nosso corpo pode ser uma festa sem culpa”.
E para os caretas? “As pessoas mais caretas, penso eu, também precisam entender que sexo faz bem pra todo mundo; uma pessoa sexualmente satisfeita é mais feliz, a gente sabe disso. Não é liberar geral, não transo com todo mundo, eu escolho quando e com quem, inclusive tive um amigo colorido na pandemia. Minha culpa é zero. Estou fazendo bem para o meu corpo, para todos em volta, ficando uma pessoa mais feliz. Eu acho que é difícil para falarem sobre sexo, porque está ligado à culpa e ao pecado. Infelizmente, porque sexo é saudável”.