Os prêmios de eventos esportivos apoiados pela Prefeitura não vão ter distinção entre homens e mulheres. Através de um decreto, está proibida a diferenciação entre as premiações nas competições organizadas pela Secretaria Municipal de Esportes (SMEL), que vai fiscalizar e aplicar as eventuais punições.
A igualdade em premiações é desejo antigo já que muitas oferecem valores mais altos para homens, o que normalmente gera mal-estar e crítica, e vinha chamando atenção nos últimos anos. Aos eventos que descumprirem a norma, os organizadores terão que devolver o valor dos recursos públicos em 10 dias e serão proibidos de fazer outra competição em parceria com a prefeitura por até um ano.
O que dizem algumas esportistas sobre o decreto:
Fabi Alvim, ex-jogadora da Seleção brasileira de vôlei e bicampeã olímpica: “É uma medida superimportante na busca por igualdade. Isso deveria acontecer de forma orgânica, mas, como sabemos do atraso de nossa sociedade em relação a certas pautas, principalmente quando falamos de gênero, medidas como essa são fundamentais.”
Fernanda Keller, triatleta com o maior número de títulos e recordes no Ironman, considerada a prova mais difícil do triathlon: “Graças a Deus, eu ajudei a vencer essa batalha no triathlon faz tempo. Desde os anos 80 e 90, me recusava a participar de provas em que as premiações masculina e feminina fossem diferentes e obrigava os organizadores a respeitar a categoria profissional feminina. Há tempos, a premiação é a mesma – isso não é nenhum favor, prêmio ou reconhecimento. É, sim, um direito conquistado com o nosso profissionalismo e eficiência.”
Mari (Marianne Steinbrecher), campeã olímpica com a Seleção brasileira de vôlei nos Jogos de Pequim, em 2008: “Essa atitude já deveria ser aplicada há muito tempo; não faz o menor sentido ter essas diferenças. As mulheres atletas ralam tanto quanto os homens, e ainda algumas são mães, cuidam da casa e conciliam tudo.”