Nada pode intrometer-se entre Antonio Bokel e a criatividade. O artista abriu, nesse sábado (20/03), a individual “Paraíso Perdido”, sem vernissage, no Espaço Cultural Correios Niterói. Com 30 trabalhos feitos, em sua maioria, na pandemia, a mostra tem curadoria de Ana Carolina Ralston, com pinturas, esculturas, vídeos……
A literatura sempre pautou o trabalho do artista visual carioca e, desta vez, não foi diferente: o conflito entre Deus e Satã narrado em “Paraíso Perdido”, épico do poeta inglês John Milton (1608-1674), foi a leitura de Bokel na quarentena — em 10 mil versos sobre a criação do mundo, o clássico publicado em 1667 sobre a vingança dos anjos expulsos do Paraíso em confronto com a criação divina: o homem. “Em 2020, ao longo do isolamento social, comecei um projeto de estudo sobre a difícil relação entre o homem, a natureza e a tecnologia. A partir daí, criei trabalhos que dialogam com os paradoxos dessa problemática. Por trás de pinturas, fotografias e esculturas contextualizadas no momento de mudanças em que a humanidade se encontra, há o desejo de apontar um novo caminho”, diz ele.