“Há 45 anos o lendário Palácio Monroe começava a ser demolido. Projetado por Francisco de Souza Aguiar para ser o Pavilhão do Brasil na Exposição Universal de 1904, ocorrida em Saint Louis, nos Estados Unidos.
Sua estrutura, toda metálica, permitiu seu desmonte para ser remontado em solo brasileiro. Foi erguido então no fim da Rua do Passeio, na Cinelândia. Em estilo eclético, marcou época pelo rompimento do uso da arquitetura portuguesa no Brasil. Tinha uma área interna de 1.700 m2 e foi entregue aos cariocas em 1906.
Em 1925, foi transformado em sede do Senado Federal. Com a transferência da capital federal do Rio para Brasília, o Monroe passou a sediar o Estado Maior das Forças Armadas. Em 1958 o Rio de Janeiro ainda era Capital Federal, mas Brasília a essa altura era mais que um sonho. No ano seguinte ela começaria a ser construída. O Monroe ainda abrigava o Senado Federal. Imponente, lá estava ele cercado de prédios famosos no Rio: Odeon, Cine Império (demolido), Capitólio (demolido), prédio Amarelinho e o Theatro Municipal.
À época do Regime Militar, foi transformado em sede do Estado-Maior das Forças Armadas (EMFA). Em 1974, durante as obras de construção do Metrô do Rio de Janeiro, o traçado dos túneis foi desviado para não afetar as fundações do palácio.
As obras continuavam e o tombamento do Monroe (pedido em 1970) não saía. O então Presidente da República Ernesto Geisel, autorizou o Patrimônio da União a providenciar sua demolição em 1976. A demolição foi realizada pela Aghil Comércio pelo período de 4 meses.
Toda essa história foi contada no documentário “Crônicas da Demolição”, de 2015, do diretor Eduardo Ades. No terreno, foi construída uma praça batizada de Mahatma Gandhi. Em 2002 foi inaugurado um estacionamento subterrâneo que funciona até hoje.