Raul Seixas (1945-1989) previu o futuro, lá em 1977, ao compor “O dia em que a Terra parou”, cujo trecho diz “Maluco que sou, eu sonhei com o dia em que a Terra parou; no dia em que todas as pessoas do planeta inteiro resolveram que ninguém ia sair de casa, como que se fosse combinado em todo planeta…”.
Tão atual, que Eriberto, muito fã do artista, maturou e estreou, nesse domingo (24/01), o espetáculo “Eriberto toca Rauuuuuuul”, no Teatro PetraGold, no Leblon, com transmissão ao vivo — para quem perdeu, tem outra chance, no domingo (31/01), às 8h da noite, com ingressos a R$ 20, no Sympla. Acompanhado pelo trio Ricco Viana (guitarra, violão, voz), Antonio Van Ahn (teclado, Rhodes, voz) e Carlos Martau (baixo, violão, voz), quem assistiu chegou a ficar chocado várias vezes com as letras coincidentes com o momento pandemia. “Raul é o maior ícone do rock’n’roll brasileiro. As canções dele tocam o coração, a alma e a mente de todos. Penso que Raul, neste momento, é fundamental para compreendermos quem realmente somos. A poesia e a música do Raul podem ajudar o povo brasileiro a se reencontrar”, diz Eriberto.
O show surgiu assim: André Junqueira, o diretor do PetraGold, buscava atrações musicais para o palco carioca, que nunca parou desde o início da pandemia. Ligou a Eriberto o convidando para apresentar “Jim”, em que o ator encarna Jim Morrison. Tudo certo, até que o papo mudou o rumo. “Estávamos quase desligando o telefone, quando Eriberto comentou sobre a ideia do tributo a Raul e entendemos que não existia coisa mais atual para fazer, de como ele foi e é inovador atualmente. O bacana é que ele atinge muito o público jovem por causa da ‘Malhação’ (novela das cinco da TV Globo), é carismático e é importante tê-lo fazendo esse espetáculo para impulsionar o nosso retorno com a vacina que está chegando. É um movimento que faz com que a roda continue girando”, diz Junqueira.
A propósito, Ricco Viana, que assina a direção musical, tem uma longa parceria com o ator – eles trabalharam em “Jim”, além dos espetáculos “A Mecânica das Borboletas” e o recente “O Astronauta”. A nova peça é o início de um projeto maior: é a segunda parte da trilogia “O Rock Salva” (expressão que viralizou quando Eriberto participou do programa “Pop Star”, em 2019), sendo o próximo uma homenagem a Belchior, num terceiro musical.