Pouco mais de um mês da morte de Joseph Safra (1938-2020), eleito o homem mais rico do Brasil (segundo a Revista “Forbes”, sua fortuna chega aos R$ 19 bilhões), muitos dos projetos apoiados por ele correm risco. A continuidade depende da família, que, neste momento, está às voltas com as burocracias do testamento.
Através de Joseph, o Banco Safra doou R$ 40 milhões a hospitais e Santas Casas durante a pandemia. No Rio, Joseph ajudava regularmente a Apae (Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais), com sede na Tijuca. O mês de janeiro foi penoso para algumas delas. “Por regra, não podemos falar deste ou daquele doador. A casa vive de emendas parlamentares, alguns convênios e, principalmente, doações. Temos aqui um cadastro com mais de 50 mil doadores e, infelizmente, com a pandemia, muitos deixaram de doar. Tivemos que fazer um bazar para tentar pagar os nossos custos. A Apae Rio é a primeira do País, e hoje existem 2.220 unidades em território nacional. Ao todo, atendemos mais de 900 mil pessoas com deficiência e suas famílias”, diz o presidente da Apae Rio, José Eustáquio Alves.
Joseph ainda foi um dos principais doadores de hospitais, como Sírio Libanês e Albert Einstein e da Fundação Dorina Nowill para Cegos. Apaixonado por crianças — tinha 14 netos -, também ajudava outras instituições: GRAAC (Grupo de Apoio ao Adolescente e Criança com Câncer) e a Associação de Assistência à Criança Deficiente.
Por Acyr Méra Júnior