Você está de boa, passando no seu carro por uma via expressa e, de repente, dá de cara com dois marmanjos saltando do teto de um carro para a Baía de Guanabara. Obviamente, você deve ter visto os vídeos — de vários ângulos — que viralizaram nas redes, nesse fim de semana, com os paraquedistas pulando da ponte Rio-Niterói e sendo “resgatados” até por um jet ski quando pousaram – um prazer que dura segundos e pode nem chegar ao êxtase. O voo deu certo, mas poderia dar errado, causando acidentes e riscos para outras pessoas. Fato é que esse esporte, chamado “base jump”, tem crescido muito no Rio, principalmente nos últimos cinco anos.
A modalidade não é proibida no Brasil, ou seja, brecha total para as acrobacias arriscadas, já que o salto pode acontecer de penhascos, antenas e prédios – daí a sigla “base”, de “building antenna span & earth (“prédio, antena, ponte e terra“) – e já fez e faz dezenas de vítimas no mundo, todos os anos. O salto de João Correia e Gabriel (contatado pela coluna, ele não quis falar sobre o assunto, nem que publicasse seu sobrenome) terminou bem, mas a Polícia Rodoviária Federal abriu um registro de ocorrência para investigar. “Sou um atleta, não sou um curioso que chegou lá do nada e pulou. Mas quero ver essa coisa com a polícia antes de dar entrevista”, disse-nos Gabriel.
Alto de favelas, do Cristo Redentor e Paineiras, além da torre do antigo Hotel Nacional, projetada por Oscar Niemeyer, em São Conrado (o que já foi motivo de preocupação da associação de moradores do bairo), são os principais pontos dos saltos de base jump no Rio. Basta um giro na Internet, para ver condições e valores oferecidos.
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Por Acyr Méra Júnior