Você já recebeu um presente de grego? No Natal ou em qualquer data, não é incomum. Quando o assunto é repassar presentes, as pessoas se dividem — existem os que não estão nem aí, e os outros — rsrsrsrs! Mas, seguindo ali na corrente oculta dos acontecimentos, já aconteceu, por exemplo, de voltar pra você? Com o empresário Luiz Xavier, sim: de receber, um ano depois, o mesmo presente que tinha dado a um amigo no Country Clube. Que se transforma em..? Presente de grego, claro. Aqui, nossos convidados contam, digamos, suas experiências (em ordem alfabética):
Bianca Joy, atriz
“Tenho um ‘causo’ delicado. Eu namorava, na época, um rapaz e, quando chegou o fim do ano, ele me deu uma aliança de noivado. Sendo que, logo depois, no mês seguinte, eu estava indo morar fora. Claro que ele sabia disso, então vi que foi uma forma de me ‘prender’. Fingi que aceitei, mas nada a ver um presente desses.”
Carol Marra, atriz
“No Natal passado, queria que meu noivo me desse um determinado vestido, mas, como sou avoada, vivia perdendo a chave de casa. Chegou a noite de Natal, eu crente que ia ganhar o vestido, e ele me deu uma fechadura eletrônica, daquelas com código. Fiquei com ódio de ganhar uma fechadura; depois fui lá e comprei o vestido com o cartão dele.”
Edgar Moura Brasil, decorador
“Todos os quadros que ganhei de amigos que se acham pintores – e que eu tenho de me lembrar de pendurar quando eles vêm aqui na minha casa — são verdadeiros presentes de grego.”
Gilson Martins, estilista
“Uma comadre minha, há muitos anos, me deu de surpresa um filhote de tartaruga – animal que eu detesto, acho fora do contexto, nada a ver. Como me dar um animal que eu não gosto? Foi uma situação complicada, e não tive outra reação a não ser devolver na hora. Onde já se viu, gente?!”
Isabelita dos Patins, artista drag queen
“Sou daquelas que nunca chegam perto do fogão; não sei fazer absolutamente nada na cozinha. Quem me conhece sabe. Dito isso, certa vez, uma amiga muito próxima me deu um clássico dos presentes de grego: um jogo de panos de prato. Justo pra mim? Uma lady cheia de brilhos! Achei uó.”
Juliana Martins, atriz
“Quando eu tinha 15 anos, meu pai trouxe, de fora do País, uma prancha bodyboard no estilo morey boogie. Na época, não tinha ainda, aqui no Brasil, sendo que sou zero esportista, não sou de praia; sou zen, da ioga. Ele pegou dois aviões, tadinho, deu trabalho transportar a prancha. Acabei doando, e ele ficou magoado, mas foi um presentão de grego.”
Luiz Xavier, empresário
Dei um presente a um amigo da vida toda, e minha surpresa foi que, tempos depois, numa reunião no clube, recebi de volta aquele mesmo presente (já com a embalagem meio ferrada) de outro amigo. Mas jamais vou esquecer quando ganhei algo numa caixa enorme: ao abrir, era um mico de verdade; logicamente fugiu. dando um trabalhão danado pra recuperar.
Marília Bessy, cantora
“Num Natal, uma fã me deu uma torta de presente — linda, de comer com os olhos. Quando soube que foi ela quem fez, fiquei emocionada. Eu, pronta para dar a primeira mordida, a fã diz: “O recheio é de amendoim”. Sendo que não suporto amendoim, não desce. Mas estava ali, não podia fazer a desfeita. Comi, não sei como, um pedacinho.”
Narjara Turetta, atriz
“Certa vez, fui passar o Natal no Paraná, com minha família. Uma tia me deu uma camiseta; era branca, com o dizer “Paz e saúde” — bonita até. Mas ela deu a mesma camiseta para todos os sobrinhos, iguaizinhas. À medida que a gente ia abrindo e percebendo, o clima ficou estranho, sabe? O mesmo para todos? Um baita presente de grego”.
Patrícia Brandão, promoter
“Tinha 19 anos, já trabalhava e era boa filha. Tinha um carro bonitinho, mas meu pai quis me dar um melhor. Então, ele me deu um Monza, modelo que era um luxo na época. O carro era todo mexido, mil firulas, cor metálica, mas vivia enguiçando, e ficava eu lá, parada, no meio da rua, o maior mico, enguiçada naquele carro chamativo. Um verdadeiro presente de grego.”
Tia Surica, sambista
“Este 2020 inteiro foi um presente de grego. Achei que seria especial por ser o da celebração dos meus 80 anos. Estava cheia de expectativa. Essa covid estragou tudo, perdi muitos amigos. Muito triste. Até o Natal, quando sempre reúno muitos amigos em casa; esse vírus atrapalhou. Estou com medo e vou ficar quietinha aqui, no meu cafofo.”
Por Acyr Méra Júnior