Uma instalação na praça do Centro Cultural Correios, no Centro, promete atrair a atenção. A construção, chamada “O Redentor”, é feita de tijolos aparentes (o corpo), uma caixa d ‘água na parte superior (a cabeça) e telhas metálicas furadas (os braços abertos) — todos os materiais usados em casas nas favelas do Rio, e os furos são para remeter a balas de armas de fogo.
O trabalho é assinado pelo artista mineiro Ribahi, que usa peças de construção civil com a experiência de três anos do curso de Engenharia. Ele faria sua mostra no CCC, de março a maio deste ano, mas veio a pandemia. Agora está de volta, mas do lado de fora: criou a obra temporária como um símbolo de proteção.
A instalação foi construída em 12 dias, e foram usados mais de mil tijolos, como uma casa. “A obra nasceu no início da pandemia, quando a minha exposição entrou em quarentena. Foi a primeira vez que juntei, de maneira tão forte, os dois lados que convivem em mim: o artista e o engenheiro. O Redentor em cima de uma montanha está longe demais, desceu para perto das pessoas. Agora, ele está na cidade, em uma praça à beira-mar, tão real e nu quanto uma casa de favela”, explica Ribahi.