Uma das retrospectivas mais esperadas do ano é a do cantor e compositor Edu Krieger, que aproveita as situações do momento no País, no mundo e no Rio — tanto política quanto de costumes —, para alegrar os seus seguidores com as paródias musicais postadas no Instagram.
“A ideia surgiu em 2015, quando imaginei que seria interessante revisitar os principais fatos do ano de forma lúdica. O vídeo viralizou, e acabei transformando essa retrospectiva musical numa tradição. Cada ano traz peculiaridades, desafios, dores e conquistas, mas 2020 foi realmente atípico por causa da pandemia. Por isso, a música ficou um pouco mais extensa, mas achei isso bom porque a sensação geral é esta: a de que foi realmente um ano muito longo”, disse ele à coluna.
A retrospectiva:
Ninguém mais lembra que, em janeiro deste ano, o governo americano jogou bomba no Irã;
– que, em fevereiro, o Oscar foi pra “Parasita” e que o Harry acredita que é plebeu longe do clã;
– que, mesmo antes de chegar a pandemia, tinha caos na economia e o PIB virou piada;
– que o Paulo Guedes, perdidaço no Planalto, queria o dólar alto e a Disney sem empregada.
Teve PMs em greve no Ceará, e o Cid Gomes, pra ajudar, passou por cima com trator.
O Rio de Janeiro bebeu água com geosmina, e chegava lá da China algo bem assustador
Em 11 de março, o Planeta ficou louco, todo mundo no sufoco sem saber bem o que vinha.
Caos na saúde, a curva teve seu início e, por aqui, um estrupício falava em gripezinha.
As Olimpíadas de Tóquio adiadas; na Internet, enxurradas de “lives” por toda parte.
Comércio fecha e a arte fica sem estrutura, pois, à frente da cultura, estava Regina Duarte.
E, confinados, nossa vida se refez, viramos todos BBBs, viva Thelminha e Babu.
Mas o “reality” racista continua na Internet, em plena rua, no esporte, no Carrefour
O Sérgio Moro, em campanha pra presidente, decidiu largar na frente e arrumou treta com Jair.
E o presidente, cagando pra pandemia, quanto mais gente morria, mais dizia “e daí?”
A cloroquina receitada sem critério, reunião do ministério escancarando a sordidez.
Queiroz foi preso, não tem mais anjo nenhum, calma, filhinho zero um, já vai chegar a sua vez
Enquanto o mundo fugia dos perdigotos, a nuvem de gafanhotos quase invade o Brasil.
Ciclone bomba em pleno Sul varrendo casas, Pantanal virando brasas e Beirute explodiu.
A cobra naja se livrou de uma roubada e a ema do Alvorada atacou o Bolsonaro.
Na rara nota de 200, quem está é aquele tal lobo-guará porque também é bicho raro.
Foi “home office”, ensino à distância, “delivery”, inconstância, e haja videoconferência!
Muito álcool em gel e todo mundo mascarado, menos quem serve de gado e não confia na ciência.
Feminicídio aumentou na pandemia, uma juíza outro dia e amanhã mais um relato.
Esse é o retrato de um país onde Robinho é tratado com carinho por quem cuida de contrato.
Moraes Moreira e o Brasil trajando luto se lembrou do absoluto e incomparável Aldir Blanc.
Nicette Bruno abraçou Paulo Goulart e Maradona foi brilhar dando seu derradeiro arranque.
Ouvi dizer que, ao som de um tango de Gardel, o craque adentrou o Céu e encontrou Louro Tom José.
E o papagaio já mandou de bate-pronto: “Dieguito, nem te conto, Deus é fã do Rei Pelé.”
Donald Trump deu vexame eleitoral e o Bolsonaro ficou mal, pois tem por ele amor eterno.
Alguns países começaram a vacinar e o apagão no Amapá resume bem nosso governo.
Papai Noel trouxe um presente pro Crivella: que tornozeleira bela numa noite tão feliz.
Pode ensaiar um “pas de deux” de “O Quebra Nozes” ou cantar em duas vozes com a pastora Flordelis
Alinhamento de Júpiter com Saturno trazendo a troca de turno de 20 pra 21.
Ano que vem pode voltar tudo ao normal, não quero um ano especial, quero que seja bem comum.
Que essa vacina possa ser tomada antes de chegarem variantes -anda logo, Pazuello!
Muita saúde com amor, sem pandemia, aglomera de alegria, 21, prazer em vê-lo!
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